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quinta-feira, 2 de agosto de 2012


Revolta do Malês

A chamada Revolta do Malês (1835) ocorreu na cidade do Salvador, capital da então Província da Bahia, no Brasil.

Consistiu numa sublevação de escravos africanos islamizados (malês), organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos.
Foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos.

A situação dos negros em Salvador era peculiar. Muitos deles, cerca de metade da população da cidade, exerciam pequenos ofícios rentáveis: eram alfaiates, carpinteiros, vendedores ambulantes, acendedores de lampião. Esses trabalhadores deviam parte de seus ganhos a seus senhores e chegavam, em alguns casos, a comprar a liberdade. Entretanto, mesmo libertos, os negros eram tratados com desprezo e não tinham qualquer possibilidade de ascensão social. Esta situação levou-os a se revoltarem contra os dominadores brancos e seus subordinados mulatos. A mais importante dessas revoltas ocorreu em janeiro de 1835.
Organizada por africanos de formação muçulmana, o malês, a rebelião foi dizimada pelas tropas do governo, com o apoio das classes dominantes baianas. Muitos negros foram presos, torturados e mortos. Foram proibidos de circular à noite pelas ruas da capital e de praticar suas cerimônias religiosas típicas. 

No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África. Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de Dom Pedro II. 


Lissandra Luna e Lucas Fraife

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