Revolta do Malês
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Consistiu numa sublevação de escravos africanos islamizados (malês), organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos.
Foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos.
A situação dos negros em Salvador era peculiar. Muitos deles, cerca de metade da população da cidade, exerciam pequenos ofícios rentáveis: eram alfaiates, carpinteiros, vendedores ambulantes, acendedores de lampião. Esses trabalhadores deviam parte de seus ganhos a seus senhores e chegavam, em alguns casos, a comprar a liberdade. Entretanto, mesmo libertos, os negros eram tratados com desprezo e não tinham qualquer possibilidade de ascensão social. Esta situação levou-os a se revoltarem contra os dominadores brancos e seus subordinados mulatos. A mais importante dessas revoltas ocorreu em janeiro de 1835.
Organizada por africanos de formação muçulmana, o malês, a
rebelião foi dizimada pelas tropas do governo, com o apoio das classes
dominantes baianas. Muitos negros foram presos, torturados e mortos. Foram
proibidos de circular à noite pelas ruas da capital e de praticar suas
cerimônias religiosas típicas.
No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e
setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas
condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e
os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais
de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África.
Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades
e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do
regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período
Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de Dom Pedro II.
Lissandra Luna e Lucas Fraife
Lissandra Luna e Lucas Fraife
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